Pular para o conteúdo

Como produzir conteúdo digital e transformar isso em vendas? Luana Carolina explica

  • por

Se você é especialista de qualquer área e deseja expandir sua presença digital, provavelmente já se perguntou: “Como começar a produzir conteúdo de verdade?”.

A resposta para essa pergunta pode ser o divisor de águas entre continuar invisível no mercado ou se tornar referência na sua área.

Recentemente, saiu um episódio do podcast “Como Você Fez Isso” comandado por Caio Carneiro, que contou com a participação da especialista Luana Carolina. O papo foi tão rico em insights práticos sobre criação de conteúdo que decidimos trazer os principais insights aqui para você.

Neste artigo, vamos falar sobre como você pode começar a gerar conteúdo nas redes sociais de forma estratégica, autêntica e, principalmente, lucrativa.

Vamos falar sobre os erros mais comuns que travam profissionais competentes, as estratégias que realmente funcionam e como transformar sua rotina em conteúdo valioso.

Prepare-se porque hoje você vai aprender como sair da paralisia e começar a usar as redes sociais como uma verdadeira ferramenta de crescimento profissional.

O que realmente significa ser criador de conteúdo em 2025

Quebrando o estereótipo do influenciador

Quando falamos em “criação de conteúdo”, qual imagem vem à sua cabeça? Se você pensou em dancinhas, fofocas de celebridades ou pessoas transformando a vida em uma novelinha, você não está sozinho. Esse é exatamente o problema que impede muitos profissionais qualificados de começarem.

Luana Carolina foi direta ao ponto: “Quando eu falo em gerar conteúdo, a interpretação que a pessoa tem disso vai depender de quais são os conteúdos que ela consome”.

Se você só acompanha influenciadores de entretenimento, naturalmente vai achar que precisa imitar esse comportamento para ter sucesso online.

Mas a verdade é muito mais simples e libertadora: criar conteúdo é literalmente comunicar em larga escala. Ponto final.

Pense em um congresso da sua área. O que acontece lá? Pessoas com interesses em comum se reúnem para ouvir especialistas falarem sobre temas relevantes. Isso já é criação de conteúdo, só que sem as redes sociais.

A diferença é que, no digital, você não tem limites geográficos. Você pode gravar aqui no Brasil e ser assistido por alguém em Portugal. Além disso, seu conteúdo fica gravado, trabalhando para você 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Como Luana explicou: “Com as redes sociais eu não tenho limites geográficos. É literalmente eu pegar, falar aqui, e não tenho limite temporal porque fica gravado, e daí eu começo a me beneficiar mais dessas variáveis que o digital proporciona”.

O passo a passo para começar a produzir conteúdo de verdade

Passo 1: Tenha clareza de intenção

Antes de ligar a câmera ou escrever qualquer post, você precisa responder a uma pergunta fundamental: o que eu quero com as minhas redes sociais?

Luana foi categórica: “Quem já é adulto, já trabalha, já faz dinheiro, não pode se dar ao privilégio de ficar se descobrindo, porque o tempo passa”.

Seus objetivos podem ser:

  • Aquisição de clientes: Você quer que mais pessoas comprem seu produto ou serviço
  • Autoridade: Você quer ser reconhecido como referência na sua área
  • Visibilidade: Você já é referência no offline e quer expandir seu alcance
  • Networking: Você quer atrair outros profissionais para trocar ideias e criar parcerias

Cada objetivo exige um tipo diferente de conteúdo. O empresário que quer autoridade vai criar conteúdo diferente do médico que quer lotar a agenda de consultas.

Passo 2: defina quem você quer atrair

Depois de saber o que você quer, precisa definir para quem você está falando. O conteúdo que atrai empresários é completamente diferente do que atrai estudantes ou concurseiros.

“Se eu não tenho claro quem são as pessoas que eu quero atrair, eu começo a gerar aquele conteúdo que nunca dá em nada”, alertou Luana. Sabe aquele post institucional que parece catálogo online? Pois é, ninguém para para ler.

A linha editorial do seu conteúdo precisa servir a um propósito claro. Se você está vendendo uma mentoria, precisa gerar conteúdo que atraia audiência qualificada para essa mentoria. Se quer estar em podcasts, precisa criar conteúdo que mostre que você tem algo relevante a dizer.

Passo 3: Domine seu público

Muitos profissionais cometem o erro de contratar um social media e esperar que essa pessoa resolva tudo magicamente. A verdade dói, mas precisa ser dita: o profissional que você contrata não tem bola de cristal.

Como Luana explicou: “Você é a pessoa que tem que dar as cartas e alinhar as expectativas do que você espera, tanto de edição, comunicação, criação de conteúdo. E mesmo que esse cara crie conteúdo para você, é você que tem que direcionar”.

Antes de contratar alguém, você precisa:

  • Ter algumas referências de conteúdo que você admira
  • Saber minimamente o que funciona com seu público
  • Estar disposto a gravar e aparecer (essa é a demanda-chave inegociável)

Se você quer usufruir dos benefícios do digital mas não quer gravar, como Caio provocou, “você vai estar concorrendo com pessoas que têm tesão de gravar”. Boa sorte com isso.

Como descobrir o que seu público realmente Qquer

A técnica dos comentários

Quer saber o que seu público deseja, quais são suas dores e objeções? Luana revelou uma técnica simples, mas poderosíssima: vá ao TikTok ou YouTube, procure conteúdos da sua área e leia os comentários.

“Eu faço isso até hoje. Para mim, isso torna tão óbvio as objeções, as dores, as situações. Nada é mais frutífero do que relato genuíno de alguém”, compartilhou Luana.

Imagine um médico que trabalha com lipedema fazendo isso. Ele encontraria um verdadeiro tesouro de insights sobre o que as mulheres com essa condição estão sentindo, pensando e precisando.

Converse com sua persona

A forma mais óbvia (e muitas vezes ignorada) de conhecer seu público é simplesmente conversando com ele. Todo cliente atendido, todo projeto entregue, toda venda realizada é uma oportunidade de entender melhor quem você serve.

“Em toda venda ele entende uma objeção, ele entende uma variável de desejo do cara”, observou Luana. O problema é que a maioria das pessoas não presta atenção nesses detalhes porque não transformaram isso em um hábito consciente.

Como você explicaria seu curso para uma criança de 7 anos?

Caio compartilhou um exercício valioso: explique seu produto ou serviço para uma criança de 7 a 10 anos. Se ela não entender, você está explicando errado.

“Se o Téo [seu filho de 8 anos] não está entendendo o que o pai dele faz, eu estou explicando de maneira errada. Eu posso simplificar mais ainda”, disse Caio.

Isso não é subestimar a inteligência das pessoas. É acreditar na força de um discurso claro e objetivo.

A rotina de criação de conteúdo:

O maior erro: parar a vida para criar conteúdo

Aqui está uma verdade libertadora que Luana compartilhou: você não deve parar sua rotina para criar conteúdo. Você deve transformar sua rotina em conteúdo.

“Quem trabalha não pode se dar ao luxo de parar a rotina para criar conteúdo. O caminho é inverso: você vai transformar a tua rotina em conteúdo”, explicou Luana.

Pense nisso: se você é médico e acabou de sair de três consultas, você acabou de atender três demandas reais. Isso pode virar conversa nos seus stories. Você não precisa “procurar” conteúdo para falar.

O segredo dos criadores de alta performance

Luana observou um padrão entre todos os criadores de conteúdo de alta performance que conhece: “Eles não ficam parando para criar algo que é interessante. Bom humorista não para para criar piada. Ele observa situações do dia a dia e pensa: ‘isso daqui é bom'”.

Luana ensinou a prestar atenção nos “mini uaus” da vida: quando alguém para de falar para te ouvir, quando um amigo pede “fala mais sobre isso”, quando você percebe que as pessoas se interessam genuinamente por algo que você disse.

“Esses micro comportamentos humanos de interesse das pessoas da tua vida, da tua rotina, do teu dia a dia” são sinais de que aquele assunto merece virar conteúdo.

Os 3 pilares da comunicação eficaz nas redes sociais

Pilar 1: Clareza na sua própria cabeça

Antes de comunicar qualquer coisa, você precisa ter clareza interna sobre o valor do que oferece. Muitos profissionais competentes se limitam porque não exploram todos os ângulos do seu produto ou serviço.

O chefe de cozinha que poderia estar ensinando receitas simples online, mas não faz isso porque acha que precisa manter o “nível técnico”. O médico que não fala sobre prevenção porque acha “muito básico”. O arquiteto que não compartilha dicas de decoração porque considera “simplório demais”.

“Se ele não enxerga que o que ele faz tem valor, se ele não explora todos os ângulos do produto, do serviço dele, ele vai ficar limitado a um ângulo que não é o ângulo mais comercial da coisa”, alertou Luana.

Pilar 2: clareza na comunicação

Ter clareza mental não basta. Você precisa conseguir expressar suas ideias de forma que outras pessoas entendam.

Luana compartilhou um experimento interessante: “Eu vou cantar parabéns para você mas em formato de palma. Para mim é muito óbvio que está tocando parabéns porque eu estou me ancorando na música que está de fundo na minha cabeça. Mas para você não é tão óbvio”.

Muitas vendas são perdidas não por falta de competência, mas por confusão. O cliente compraria de você, mas não entendeu direito o que você faz.

Pilar 3: domínio de público

Mesmo que você tenha clareza interna e comunique bem, ainda existe um terceiro desafio: a pessoa que recebe sua mensagem precisa ter o “maquinário mental” para interpretá-la.

“Nossa mente não é balde. Quando eu estou falando tudo o que eu estou falando para você, você não absorve esse conhecimento porque é balde que entra. Todo conhecimento é interpretativo”, explicou Luana.

Por isso é tão importante conhecer profundamente quem é seu público: suas experiências, conhecimentos, crenças e contexto de vida.

Por que profissionais competentes vendem menos quee os “incompetentes”

Luana compartilhou um insight impactante: profissionais muito competentes frequentemente vendem menos que os “incompetentes”. Por quê?

“O cara incompetente não está muito preocupado no que ele vai entregar, ele está preocupado em vender muito, ponto. Como o foco dele está nas vendas, ele vai ter uma comunicação muito clara, muito simples”.

Já o profissional competente quer colocar na promessa toda a complexidade do seu treinamento. Ele quer que as pessoas vejam o quanto ele é profundo, o quanto ele vai a fundo. E esse “troféu” fica na frente do cliente, que não consegue enxergar claramente o que ele faz.

Luana citou David Ogilvy, lendário publicitário: “Você não precisa ser mais competente que o seu concorrente, você precisa ser mais claro”.

O maior gargalo de vendas não é a falta de competência. É a confusão.

Você pode perder clientes para concorrentes que entregam menos, simplesmente porque eles são mais claros na comunicação. O cliente confuso não compra. Ele vai procurar quem consegue explicar de forma simples como pode ajudá-lo.

Os bloqueios psicológicos que impedem você de começar

O medo do julgamento dos colegas

Luana foi cirúrgica ao identificar um dos maiores bloqueios: profissionais que não começam a criar conteúdo por medo do que meia dúzia de colegas de trabalho vão pensar.

“Esses profissionais – arquitetos, advogados, por aí vai – eles deixam de enriquecer, de ganhar visibilidade e tudo mais, por causa de 8 colegas de trabalho que ele quer manter a pose”, observou Luana.

O chefe de cozinha que poderia estar faturando alto ensinando receitas simples, mas não faz porque tem medo do que outros chefs vão pensar. O médico que não simplifica a linguagem porque quer impressionar outros médicos, não pacientes.

“Por causa de meia dúzia de outros doutores e de outros profissionais, eles não dão o braço a torcer. E daí a tia Neide vai lá, sem nem informação, estoura, ganha porque o conhecimento dela foi profundamente útil para as pessoas”, completou Luana.

A ilusão da perfeição desde o início

Outro bloqueio comum é a expectativa de performance. As pessoas colocam para si mesmas uma expectativa que nem quem tem anos de experiência atinge.

“A pessoa acabou de começar algo, criar conteúdo nas redes sociais, e ela coloca uma expectativa de performance que nem quem tem anos de experiência atinge”, disse Luana.

Você nunca vai ser feliz assim. Como recomendou a especialista, aceite que vai começar “meia boca” e que isso é completamente normal.

O fracasso é o caminho, não o problema

Luana provocou: “Sabe esse fracasso que você está evitando? A tua melhor versão, de mais alta performance e de mais resultado, o cesto que ela tem de fracassos é tão grande, tão grande, que você não tem noção”.

O fracasso não é o oposto do sucesso. É parte do caminho. Cada erro é uma bifurcação necessária que te leva para a versão melhorada de você mesmo.

“Se você não fracassa, quer dizer que o jeito que você faz as coisas, a sua explicação a respeito do mundo, já te entregariam o resultado que você quer. Mas aquilo que você já é te trouxe até aqui com os resultados que você tem”, explicou Luana.

Como vender mais através do conteúdo

Luana identificou exatamente 2 motivos por que a maioria das pessoas não vende nas redes sociais:

Motivo 1: Você simplesmente não fala que vende

Luana tem uma regra: “Todo mundo que me segue tem que saber o que é a SP [seu produto]”. Se a maioria dos seus seguidores não sabe o que você vende, você está deixando dinheiro na mesa.

Faça o teste: abra uma enquete no seu Instagram perguntando se as pessoas conhecem seu produto ou serviço. Se a maioria responder que não, você tem um problema de comunicação, não de produto.

Motivo 2: Falta de clareza na comunicação

“Eu acho pecado o cara que deixa de vender por confusão. O cara compraria de você, ele só não comprou porque ele não entendeu o que você fazia”, disse Luana.

A falácia dos seguidores

Muita gente acha que precisa de milhares de seguidores para vender. Mas se você tem 20 visualizações nos stories e não vende nada, seu problema não é falta de audiência.

Luana usou uma analogia perfeita: “Você tem uma padaria, entrou 20 pessoas, nenhuma comprou. Você acha que teu problema é falta de circulação de cliente? Ou de oferta de produto, disposição do produto na padaria, gestão, os funcionários?”

Se você não dá conta de vender para 20 pessoas, não vai dar conta de vender para 20 mil. O problema não é quantidade, é qualidade da comunicação.

O futuro da criação de conteúdo: para onde estamos indo

Tendência 1: autenticidade e identificação (certeza)

Luana tem plena convicção de que o futuro do conteúdo está na autenticidade. Quando algo se torna saturado, o público compra por identificação.

“Cada vez mais nas redes sociais você não vai conseguir ter visibilidade por trabalhar temas interessantes, mas é por ser cada vez mais autêntico e atender aquela parcela de público que se conecta com você e sente que você conhece o caso delas”.

O domínio situacional será fundamental: descrever bem as situações específicas que seu cliente enfrenta, mostrando que você realmente entende o problema dele.

Tendência 2: conteúdo buscável (Aposta)

Luana também aposta que as pessoas vão cada vez mais buscar conteúdo ao invés de apenas consumir passivamente o que o algoritmo entrega.

“Eu sinto que as redes sociais dos próximos tempos, as pessoas vão cada vez mais buscar e não receber conteúdo”, previu Luana.

O YouTube sempre funcionou assim. O TikTok já está caminhando nessa direção (você pesquisa “como trocar pilha” e encontra um vídeo de menos de um minuto ensinando). O Instagram pode ser o próximo.

Tendência 3: Stories de quem você não segue

Outra aposta de Luana é que o Instagram vai começar a entregar stories de pessoas que você não segue, assim como o TikTok já faz.

“Quando o Instagram fizer isso, cara, ou você é muito bom ou… Quem é muito bom vai poder crescer mais, e quem é muito ruim vai só se dar mal”, alertou Luana.

Alguém está aliviado que você não começou

Luana deixou uma mensagem final que deveria incomodar todo profissional competente que ainda não está criando conteúdo:

“A tua procrastinação está sendo motivo de alívio de alguém. E a cada dia que você deixa de fazer aquilo que você precisa fazer, você abre espaço para outra pessoa avançar e tomar o teu lugar”.

Pense no médico excepcional que não lançou seu infoproduto. Alguém menos qualificado está muito aliviado, porque se aquele médico entrasse no jogo, a régua subiria muito.

Pense na profissional carismática que poderia estar arrasando na internet, mas ainda está insegura. Quem está no meio está feliz que ela não começou, porque quando ela entrar, vai gerar trabalho para todo mundo se virar e melhorar.

“Muitas pessoas deixam de entrar no jogo, e por causa disso a régua fica baixa”, concluiu Luana.

Conclusão

Depois de mergulhar nessa conversa incrível entre Caio Carneiro e Luana Carolina, fica impossível não refletir sobre quantas oportunidades estamos perdendo por medo, perfeccionismo ou simplesmente por não saber por onde começar.

A criação de conteúdo não é sobre virar celebridade, fazer dancinhas ou transformar sua vida em um reality show. É sobre usar as ferramentas disponíveis para comunicar em larga escala aquilo que você já sabe, já faz e já entrega de valor.

Os passos são mais simples do que parecem:

  1. Tenha clareza de intenção: Saiba o que você quer com as redes sociais
  2. Defina seu público: Entenda para quem você está falando
  3. Domine seu público: Converse, leia comentários, observe
  4. Transforme rotina em conteúdo: Documente, não crie do zero
  5. Seja claro: Simplifique sua comunicação ao máximo
  6. Aceite o fracasso: Ele é parte necessária do crescimento

Lembre-se: você não precisa ser mais competente que seu concorrente. Você precisa ser mais claro. O maior gargalo de vendas não é falta de competência, é confusão.

E se você ainda está em cima do muro, saiba que alguém está muito feliz que você continua intocável. Cada dia que você adia, é um dia a mais que seus concorrentes menos qualificados têm para avançar.

A régua do mercado está baixa em muitas áreas justamente porque os profissionais realmente bons ainda não entraram no jogo. Quando você entrar, vai subir o nível de todo mundo – e isso é bom para o mercado, bom para os clientes e, principalmente, bom para você.

Então, qual vai ser? Você vai continuar sendo motivo de alívio de alguém ou vai finalmente colocar para fora aquilo que tem de bom?

O digital está aí, esperando por você. As ferramentas estão disponíveis. O conhecimento você já tem. Falta apenas uma coisa: começar.

Qual foi o maior insight deste podcast para você? Deixe nos comentários!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×